domingo, 19 de abril de 2009

Sábado à noite

Tenho o trabalho de semiótica para acabar ou talvez para começar. Espalho os livros pela mesa, abro todos os documentos e afasto tudo que me pode distrair, em vão! Perco-me em conceitos e teorias e começo a pensar em ti e em ti e a questionar tudo que sempre dei como verdades absolutas e inabaláveis.
Gosto de ti. Não gostas de mim. Compreendo e aceito, mas não sei como lidar connosco. Ficamos uma coisa estranha: amigos constrangidos. E eu sinto a tua falta e continuo à espera que sintas a minha, que precises de mim, que fiques comigo… Ilusões! Queria voltar atrás no tempo. Apagar todas coisas bonitas que te disse para poder resgatar a nossa amizade sem constrangimentos e não posso. Então pergunto-me como acontecem estas coisas do amor, como se esquecem as pessoas que se gosta ou como se faz gostarem de nós. Não encontro resposta. Foco-me nos outros, no trabalho de semiótica, no de sociologia e nos que estão para vir. Ignoro-me. Tento esquecer que na minha vida existes tu. É noite e não há mais barulho que abafe o meu pensar, lembro-me de ti. Voltaste agir inconsequentemente.
E depois tu. Sempre tanto e hoje tão pouco. Fazes-me sentir que a nossa amizade é hipócrita, que só existe porque sim. Não sou a amiga perfeita, longe disso. Mas incomoda-me que sejas minha amiga, minha melhor amiga, sem confiares em mim e a dizeres um sem número de coisas sem nexo. Queria um tempo para nós. Pensar até que ponto ainda fazemos sentido…

domingo, 12 de abril de 2009

Diário da tua ausência

- Silêncio.
- Silêncio.
- Fazes-me falta...
(...)

sábado, 4 de abril de 2009

Queria-te aqui

É verdade, queria-te aqui. Gostava de ver-te deitado a meu lado e sentir o teu braço a envolver o meu corpo. Queria-te aqui! Fazíamos das nossas histórias a banda sonora desta noite e tinha-se um final feliz. Mas as nossas vidas não são um daqueles contos que eu escrevo nos serões em que me sinto só…
Estava a falar muito a sério quando naquela mensagem te pedi que me dissesses para partir ou ficar. Comecei a sentir necessidade de uma resposta e agora que a tenho preferia nunca ter perguntado. Antes de conhecer a tua vontade era alegre a arquitectar maneiras de te dizer “Amo-te” e vivia com a esperança que numa manhã tu ficasses. Hoje, já não adormeço a pensar em como te vou mostrar a minha paixão no dia seguinte, mas antes à procura de uma maneira de a esconder.
Sou sempre as palavras que tu queres ouvir, fui-as também naquele final de noite. As lágrimas escorregavam pelo rosto ao mesmo tempo que eu me multiplicava nos sorrisos que as novas tecnologias me permitiam oferecer-te. Era tão adulta, enquanto chorava como uma criança. De facto, disse que estava tudo bem, que ia partir, brinquei até com o futuro, mas todas as noites adormeci com vontade de te sussurrar “Eu não quero partir…” ou em noites ainda mais tristes “Eu não consigo partir”. Ontem explicava que tinhas deixado um buraco no meu coração, sentia um vazio tão grande que não me deixava dormir. Queria-te ali!
Tinha a ideia ingénua de que quando amamos muito alguém, mais dia, menos dia esse alguém nos começa a ver com os olhos que nós o vemos e o “felizes para sempre” é escrito. Mas não! Amamos muito pessoas que não podem ficar e temos de conseguir ultrapassar esse facto. Eu ainda não consegui perceber como isso se faz. Cada dia que passa me agarro mais a hobbies e amigos numa tentativa de me convencer que há mais coisas e pessoas especiais para além de ti…
Ainda não consegui perceber se quando te confessas confuso o dizes numa tentativa de me ferir menos ou se te encontras de facto confuso. A minha mentalidade teenager faz-me acreditar na segunda, se bem que nos momentos racionais sei que o dizes porque és bom de mais para queres ser o motivo das minhas lágrimas. No entanto e se por acaso a minha voz teenager estiver certa, arrisca apesar da confusão. As pessoas nunca se gostam com a mesma intensidade e o passado pode ter-te marcado da pior maneira, mas isso não é desculpa para não agarres uma possibilidade de me deixares escrever um final feliz para a tua história…
Fica comigo…